Por Bárbara Lia.
“A
lentidão das palavras do arcanjo ao acordá-la”
O
sagrado despe as ilusões
e
abraça as árvores mortas
Suas
folhas azul esmaecido
qual
manto da Virgem de Cambrai
Os
ossos das árvores adoeceram
e
elas morreram – azuis -
Antes
que tornassem brancos
os
seus cabelos
“Até
que os serafins acenem com seus chapéus brancos”
Não
nasci para resfriar o mundo
Neste
lerdo cortejo de omissões
Estas
palavras interditas
Suspensas
Não
vim quebrar as pernas do sol
Silenciar
cada bemol
Não
vim para arrebentar o anzol
Do
velho de Hemingway
Sou
mar e trovão no coração
Nasci
para amar sem lastro
Para
dançar no pátio
It
is my way
“Doce
como o massacre de sóis”
Oito
canhões na praça de guerra
Apontam para o peixe
Que traz a paz nas guelras
Apontam para o peixe
Que traz a paz nas guelras
Quatro
gaivotas suicidas
Lambem o babado azulado
Do triste mar-flamenco
Lambem o babado azulado
Do triste mar-flamenco
Lembro
um filme de Babenco:
Ana
e o vôo
Mariposas no quarto lúgubre
Suas mãos em concha
A esmagar a eternidade insalubre
Mariposas no quarto lúgubre
Suas mãos em concha
A esmagar a eternidade insalubre
“Dame
el ocaso en una copa!”
.
Velhas estradas bifurcadas
Velhas estradas bifurcadas
Lentas
aparições de fantoches
Nas
alamedas do nada
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